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Alimentação e Autismo: Uma Abordagem Nutricional para o Bem-Estar Infantil


Autora: Bruna Marques graduanda em nutrição pelo Centro Universitário da Grande Dourados.


Introdução

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) caracteriza-se por um conjunto de alterações no desenvolvimento neurobiológico, impactando a comunicação, a interação social e o comportamento. A alimentação, frequentemente, assume um papel de destaque nesse contexto, com até 90% das crianças com TEA apresentando seletividade alimentar (1). Este texto, direcionado a estudantes de nutrição, abordará três aspectos relevantes da alimentação no tratamento de crianças com TEA, com base em referências científicas:


1. Seletividade Alimentar e Intervenções Nutricionais

A seletividade alimentar, caracterizada pela restrição alimentar e aversão a novos alimentos, é um desafio comum em crianças com TEA. Essa dificuldade pode levar a desnutrição, deficiências nutricionais e problemas de desenvolvimento.

Intervenções nutricionais eficazes:

  • Terapia de Exposição Repetida: Exposição gradual e repetida a novos alimentos, em um ambiente positivo e sem pressão (2).

  • Reforço Positivo: Elogio e recompensa por cada interação positiva com o alimento, mesmo que não haja consumo (2).

  • Modificação Sensorial: Adaptação da textura, cor e sabor dos alimentos para torná-los mais atraentes (2).

2. Nutrição e Comportamento

Estudos sugerem que a dieta pode influenciar o comportamento em crianças com TEA. Dietas ricas em nutrientes essenciais, como ácidos graxos ômega-3, vitaminas B e magnésio, podem estar associadas à melhora da atenção, hiperatividade e impulsividade (3).

Recomendações nutricionais para otimizar o comportamento:

  • Priorizar alimentos ricos em nutrientes essenciais: Peixes, frutas, legumes, verduras, grãos integrais e oleaginosas (3).

  • Evitar alimentos processados e ultraprocessados: Ricos em açúcares, gorduras saturadas e aditivos artificiais, que podem contribuir para a hiperatividade e impulsividade (3).

  • Manter horários regulares de refeições: Rotina alimentar ajuda a controlar o comportamento e prevenir picos de glicemia (3).

3. Suplementação Nutricional e TEA

Em alguns casos, a suplementação com vitaminas e minerais pode ser indicada para suprir deficiências nutricionais e otimizar o desenvolvimento da criança. A suplementação individualizada deve ser prescrita por médico ou nutricionista, após avaliação clínica e nutricional completa (4).


Considerações sobre a suplementação:

  • Avaliação individualizada: Cada criança possui necessidades nutricionais específicas, e a suplementação deve ser prescrita de forma individualizada (4).

  • Supervisão profissional: A suplementação deve ser realizada sob a supervisão de um profissional de saúde para evitar riscos de interações medicamentosas ou efeitos colaterais (4).

  • Priorizar a alimentação saudável: A suplementação não substitui uma alimentação nutritiva e balanceada, que deve ser a base do tratamento (4).

Conclusão

A nutrição no tratamento de crianças com TEA é um campo de grande importância, com potencial para melhorar a qualidade de vida e o desenvolvimento infantil. Através de intervenções nutricionais adequadas, como terapia de exposição alimentar, foco em nutrientes específicos e suplementação individualizada, é possível promover uma alimentação saudável e nutritiva, impactando positivamente o comportamento, a saúde física e mental da criança.


Referências:

  1. Lopes, C. R., & de Melo, M. T. C. (2019). Transtorno do espectro autista e alimentação: uma revisão integrativa da literatura. Revista Brasileira de Nutrição Clínica, 34(2), 164-175.

  2. Cunha, D. B., & de Melo, M. T. C. (2017). Abordagem nutricional em crianças com transtorno do espectro autista: revisão de literatura. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, 17(4), 493-502.

  3. Mazza, M., & de Oliveira, G. R. (2018). Nutrição e comportamento em crianças com transtorno do espectro autista: uma revisão integrativa da literatura. Revista Brasileira de Nutrição Clínica, 33(2), 162-172.

  4. Pereira, G. S., & de Melo, M. T. C. (2020). Suplementação



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