A desinformação pode gerar grandes consequências negativas para as pessoas, no mundo da nutrição não é diferente. Receber uma notícia na palma da nossa mão é sem sombra de dúvidas uma das melhores coisas que a tecnologia nos proporciona, mas, ao mesmo tempo pode se tornar muito perigosa, pois a ciência pode não estar correndo ao lado das divulgações errôneas em seu nome.
Parece que para dar “credibilidade” a uma notícia basta colocar em seu título “Estudos realizados..” e pronto, já posso considerar que essa informação é verdadeira, certo? Não!
Um estudo pode até ser publicado, mas o seu grau de evidência deve ser bem analisado para que assim, essa notícia possa ser compartilhada e discutida. A população em geral não consegue discernir esse tipo de informação, sendo assim, quando o assunto é sobre nutrição e alimentação, o nutricionista tem um papel muito importante para desmistificar ao público leigo as mensagens, notícias e estudos com baixa qualidade metodológica.
Com o intuito de reverter este quadro, o Conselho Federal de Nutricionistas alerta a sociedade sobre a desinformação nutricional e a necessidade de ter cuidado com as informações relacionadas a saúde. Além disso a ADA (American Dietetic Association), uma das maiores associações de Nutrição, incentiva os profissionais da saúde a assumir um papel proativo no fornecimento de informações aos consumidores e auxiliá-los a reconhecer as informações nutricionais passadas pela indústria alimentícia.
As Fake News em nutrição e saúde, podem ter consequências de curto a longo prazo, causando prejuízos sérios a saúde. No curto prazo, os riscos sofridos pelos indivíduos que acreditam nas fakes podem ser por exemplo em relação as interações droga-nutriente desconhecidas, ou componentes tóxicos, um exemplo é utilizar os chás para determinada “cura” ou “emagrecimento. ” Além disso os indivíduos podem adiar ou evitar a procura pelo profissional habilitada, convencido de que o tratamento alternativo irá funcionar. A longo prazo, a desinformação em nutrição também inclui questões psicológicas, mudanças de comportamento alimentar, acarretando em transtornos relacionados a alimentação.
Combater a pseudociência deve fazer parte da construção moral e ética do profissional nutricionista, devemos assumir papel de protagonistas e não meros figurantes. Ademias deixo aqui algumas dicas para estudantes e colegas de profissão de como podemos ajudar na divulgação da verdadeira ciência nutricional.
• Adquira habilidades críticas em pesquisa;
• Ao público, evite falar em jargão nutricional, não basta só falar, queira ser entendido;
• Reaja continuamente à desinformação, mostre por exemplo as limitações que o estudo em debate traz, e no caso de informações sem respaldo científico, discuta a importância deste respaldo;
• Fique dentro de sua área de especialização;
• Coopere com outros profissionais de saúde para expor a desinformação e pseudociência antes que essas ideias sejam amplamente aceitas.
REFERÊNCIAS
CONSELHO FEDERAL DE NUTRIÇÃO. Fake News sobre dieta e almentação. Disponível em: https://www.cfn.org.br/index.php/noticias/existe-muita-fake-news-quando-o-assunto-e-nutricao/. Acesso em 17/11/2022
POSITION OF THE AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION: Food and Nutrition Misinformation. Journal of the academic of nutrition and dietetics, 2006.
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