Fonte: Site Pinterest, 2022.
Oque é o Ácido Úrico
O ácido úrico é o produto final da degradação de purinas, através da metabolização de ácidos nucléicos (componentes do DNA e RNA humano).
Cerca de 75% a 90% do ácido úrico presente no organismo humano é sintetizado de forma endógena, ou seja, o próprio organismo produz através dos processos de metabolização das substâncias. Os outros 10% a 15% são decorrentes da digestão dos alimentos consumidos, principalmente as proteínas e o consumo de álcool (NELSON e COX, 2002; FERREIRA, 2000; SOLÁ, 1998; Apud POLETTO, 2009).
Quais alimentos podem produzir ácido úrico
As proteínas de origem animal contém uma quantidade maior de purinas, dentre elas a carne vermelha é a principal, por carregar mais compostos celulares e as devido ao maior conteúdo de hemoglobina.
Fonte: Site Pinterest, 2022.
Fonte: Adaptado de Corbella, 2005; Apud BARRA, Camila Silva e col., 2007.
Alimentação para prevenção da Hiperuricemia e Gota
A hiperuricemia é um transtorno metabólico que ocorre devido ao excesso de ácido úrico no sangue, produto de anormalidades no metabolismo das purinas no fígado. As purinas são formadas pela degradação de nucleoproteínas, especialmente as de origem animal (Peixoto, 2001; Apud BARRA, Camila Silva e col., 2007).
De acordo com Flaxino e Riella, 2003; Lozano, 2004; Apud BARRA, Camila Silva e col., 2007, a gota é uma síndrome clínica caracterizada por hiperuricemia (> 7,0 mg/dL em homens e 6,0 mg/dL em mulheres pré-menopausa), ataques recorrentes de artrite aguda, associando-se a deformidades articulares e a deposição de monourato de sódio que destrói tecidos articulares e causa inflamação.
Uma dieta típica contém cerca de 600 a 1000 mg de purina diária. Em casos de gota severa ou avançada, o conteúdo de purina da dieta no dia-a-dia é bastante reduzido, por volta de 100-150 mg diária (Decker, 1998; Apud BARRA, Camila Silva e col., 2007).
Tanto para hiperuricemia, quanto para Gota, o estilo de vida e fatores genéticos são importantes para o tratamento e prevenção das anormalidades no metabolismo do urato de sódio.
Foi realizado estudo transversal no período de janeiro de 2002 a junho de 2003 em Taiwan, observou-se alta prevalência de obesidade em um universo de 4798 tailandeses, sendo 2846 homens e 1352 mulheres e correlacionaram problemas médicos dos tailandeses em diferentes categorias de IMC.
Por meio do estudo foi evidenciado um aumento significativo nas concentrações séricas de ácido úrico em função do aumento do IMC, tanto em homens como em mulheres, isso pode ser explicado porque a obesidade pode trazer complicações no metabolismo das gorduras e na função hepática dificultando a excreção de purinas (Tsai e colaboradores, 2004).
Em um estudo de coorte longitudinal feito por Choi e colaboradores, (2004), foi investigado a associação entre os alimentos ricos em purinas, leite e derivados, onde a incidência de gota diminuiu com a ingestão de leite e derivados, principalmente os desnatados. De acordo com os autores, as proteínas do leite (caseína e lactoalbumina) exercem um efeito uricosúrico, reduzindo a concentração sérica de ácido úrico em indivíduos saudáveis.
Lyu e colaboradores, (2003) ao realizarem um estudo concluíram que frutas e legumes, que são ricos em micronutrientes como folato, vitamina C e fibras dietéticas tiveram um papel protetor significante na hiperuricemia, cujo efeito foi a eliminação do ácido úrico produzido através da urina (em maior parte) e aumento da motilidade intestinal, excretando o ácido úrico pelas fezes.
A alimentação adequada para prevenção de elevados índices de ácido úrico e consequentemente Gota, é uma alimentação balanceada e muito variada, composta por alimentos integrais, funcionais, frutas, verduras e legumes, esses alimentos vão garantir uma proteção ao metabolismo e favorecer seu correto funcionamento.
Deve-se atentar-se ao uso de dietas hiperproteicas e hipercalóricas, consumo de álcool e sedentarismo. O exercício físico é um excelente aliado a promoção de saúde hepática e prevenção de obesidade.
Referências:
Associação Portuguesa de Nutrição. O Papel da Alimentação no Tratamento da Pessoa com Gota. E-book n.º 58. Porto: Associação Portuguesa de Nutrição; 2021. Disponível em: https://www.apn.org.pt/documentos/ebooks/EBOOK_O_Papel_daAlimentacao_noTratamento_daPessoa_comGota.pdf. Acesso em: 27/07/2022.
BARRA, Camila Silva e col. Influência da Nutrição e Obesidade na Hiperuricemia e Gota. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 64-71, Jan/Fev, 2007. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/4837739.pdf. Acesso em: 28/07/2022.
POLETTO, Juliana. Prevalência de Hiperuricemia e Fatores Nutricionais Associados: Um Estudo Transversal com Nipo-Brasileiros no Município de Bauru. Profª. Livre-Docente Suely Godoy Agostinho Gimeno. 2009. p. 1-94. Dissertação. Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2009. Disponível em: https://repositorio.unifesp.br/bitstream/handle/11600/9959/Publico-00216.pdf?sequence=1&isAllowed=y Acesso em: 27/07/2022.
Site Pinterest, 2022. Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/686728643171143778/. Acesso em: 27/07/2022.
Site Pinterest, 2022. Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/513410426270508543/. Acesso em: 27/07/2022.
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